"A água é potável
Daqui você pode beber"




quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

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SHARE THE LOVE. SHARE THE ROAD.

Bicicletada da Paz

convite: Murissocas
convite: Joel

Bicicletada da paz. Pela paz. Entre nós e em nós. Vamos magrelinhas!!! Tomar a Paulista de novo, como acontece todo mês. Vamos pedir, COM RESPEITO, mais respeito.

Share the road.
Share the love.

Ciclista Experiente

Esse texto é de um email que meu querido amigo Márcio, ciclista experiente, mandou pra lista da Bicicletada, em resposta a um coração aflito, depois das coisas que aconteceram.

Importantíssimo dizer que experiência conta demais, quanto mais anos de rua, mais você conhece o comportamento típico do motorista.

Já sabe as manobras em que ele costuma estar desatento, como nas conversões abruptas à direita sem olhar no espelho retrovisor direito, enquanto você vem passando.
Já identifica a postura agressiva pela forma de conduzir o veículo, não confia em semáforo verde pra você, só confia NO QUE VOCÊ VÊ, a noite já sabe que eles te vêem menos ainda.
Sabe que os profissionais (ônibus, taxis, caminhões e "Fiorinos brancas") são os piores, que mais tiram finas e te odeiam.

Sabe que quanto mais visível e previsível na via mais você está seguro, daí é importante iluminação na bike e roupas claras a noite e sinalizar com o braço sua manobra ao mudar de faixa, e fazê-lo com confiança.
Sabe que há momentos onde é preciso acelerar mais forte, diminuindo a velocidade relativa entre você e os carros, para aumentar a segurança ficando em velocidade próxima ao fluxo e poder executar uma manobra sem "atropelos".
Sabe que capacete com cintas bem ajustadas(até apertado um pouco) e luvas são básicos.

Sabe que trafegar a 1/3 ou a 1/2 da distância da guia é mais seguro que juntinho a ela.
Sabe que nunca se ultrapassa automóvel em movimento pela direita dele, rente então é loucura, ele pode fazer uma conversão de chofre e te colher, e ele estará com a razão.
Sabe que automóveis parados com gente dentro e portas se abrindo do nada combinam.

Sabe que moto é um perigo a parte, se aproxima de você muito rápido e as vezes a gente só percebe quando está bem próximo. Sabe que deve sempre supor que o motorista não te viu até ter absoluta certeza que te viu.
Sabe que olhar no olho do motorista, sentir que ele te viu é importantíssimo nas manobras no meio da via. Claro, só possível quando não tem filme no carro.
Sabe que tem gente maldosa dirigindo por aí, e não sabemos quem são. Então você já conta com isso em cada lance.
Sabe que vias rápidas te obrigam a andar mais rápido, então evite-as sempre que possível.
Sabe que em travessas onde você teria preferência, os carros sempre atravessam sua frente sem parar para esperar você, suponha que será sempre assim.
Sabe que de madrugada ninguém respeita semáforo.
Sabe que noites e madrugadas de sexta e sábado e início de manhãs de sábados e domingos são horários de tragédias com mortes violentas envolvendo motoristas bêbados nas ruas de São Paulo, então seja objetiva e cuidadosa ao sair ou evite.
Sabe que freios da bike sempre bem regulados é ordem.

Sabe que conduzir dando olhadas rápidas para trás com a visão periférica, ou usando retrovisor, evita ser pega de surpresa com veículos que vêm de trás tirando fina.
Sabe que em certos trechos de via, onde circulam "alucinados", usar a calçada devagar e respeitando os pedestres é gostar da sua vida, e não simplesmente desobedecer a lei.

Sabe que um perigo de cair no meio da via, sozinha ou por um toque de alguém, são o carros que vêm atrás de você. Então não cuide apenas de manter distãncia dos carros a frente, mas não permita que alguém te siga colado, deixe ele te ultrapassar de vez.


É isso. Fica aqui a minha adimiração a esse moço, o Márcio Campos.


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Fotografia


Carlos Alkmin. Esse cara conheceu a Bicicletada e nos fotografou. E fotografou bem. Lindas as imagens dele.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Falando de flores tristes e desabafando

Eu não conheci bem a Márcia. Ela começou a se envolver com a bike e com a Bicicletada pouco antes de eu precisar me afastar um pouco disso tudo que mudou minha vida (isso é papo pra outro pôr-do-sol). Mas hoje eu fiquei lembrando quado a gente se conheceu, no dia do Embú. Cheguei exausta e suja de lama, por pedalar na chuva, com o André e com o Felipe. Todo mundo estava na mesa bebendo e comendo (mais bebendo que comendo, a não ser o André), e a Márcia estava perto da lareira, com o olho arregalado. Fui falar com ela, conversamos um pouco. Ela estava meio assustada, achando que não ía aguentar pedalar na volta. Tudo aquilo pareceu tão novo pra ela....

Eu falei que tinha certeza que ela chegaria (a gente sempre chega.....(?)). E que, com a gente, ninguém fica pra trás. Mas me pareceu que ela já sabia disso, porque desde o princípio, ela já estava entre nós. sambava do nosso lado. De fato, na volta ela precisou da cordinha cavalheira do Márcio.

Pouco tempo depois ela já estava pedalando muito mais do que muita gente que ela conheceu na Bicicletada.
Nos falamos alguma vezes e ela era uma moça gentil. Ela me parecia muito corajosa, encarou várias pedaladas, cicloviagens e, em poucos meses, era a 1a. dama da roda fixa. Estava toda orgulhosa da exaustão de seu corpo ao pedalar a cicloviagem São Paulo-Ubatuba...

É: a magrelinha fisgou o coração e a consciência da Márcia. E foi com muita raiva que escutei hoje no meu trabalho: "ai, dra, mas também, o que é que ela foi fazer de BICICLETA na Av. Paulista?" QUÊ????????????????
Pois isso era o que ela usava par ir e vir. Era o que ela usava pra ir trabalhar. Era como ela escolheu viver a vida dela... Tentar ficar de fora da insanidade e da prisão motorizada. Foi a vida que a fez feliz. E ela estava feliz mesmo. Assim a gente sabia, assim disseram parentes dela.

E essa moça feliz, que saiu de sua cidade pra construir a vida em São Paulo, estava indo provavelmente trabalhar, como todos os dias. Ela só estava indo trabalhar. Sabe, me disseram: "... diz que ela jogou o guidão pra cima do ônibus, né?" QUÊ????????????????

Eu fico assustada com o que a mentalidade dessa sociedade do automóvel faz com as informações.

Ela só estava indo trabalhar... e foi ESMAGADA por um ônibus. O corpo dela se partiu. A bike ficou inteira. Imagino que ela deve te sido derrubada. Agora, se imagine... estando de bicileta, moto, ou a pé, passando perto do meio fio. Um ônibus, vem querer ganhar tempo, em cima de você. Você SABE que o ônibus é enorme. O tamanho, a rapidez, o barulho alto, o ar quente que se forma em volta de você numa fração de segundo...... E, numa fração de segundo, você SENTE como ele é enorme.

No mesmo instante, você está numa frestinha de rua, entre o ônibus e a calçada. Você pára. E fica torcendo pro ônibus ir rápido pra te ultrapassar antes de ocupar a faixa. Porque você não tem a menor chance.

Se qualquer coisa que anda motorizada nessa cidade não respeita ou não enxerga que há outras coisas acontecendo, você, ciclista ou pedestre.... Se dá conta de como é pequenino. Você é esmagado. E eles só param quando "sentem um tranco".

E qual a solução que ele te impõem? Ande motorizado! É melhor pra você, pros cofres públicos (?), pras contas particulares....


Eu estou com um nó na garganta. Eu estou com medo por todos que gosto demais aqui. Eu estou com medo de ter medo.

E a nossa moça não teve a menor chance. Ela não teve a menor chance.



Alguns outros desabafos:

Aninha

Bicicletada
Na medida do humano

sábado, 3 de janeiro de 2009

Quando a gente fica em frente ao mar, a gente se sente melhor



"Procuro despir-me do que aprendi

Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,

E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,

Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,

Desembrulhar-me e ser eu (...) "


...